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Publicado em 1987, este livro foi escrito contra a corrente. Convencido da relevância do materialismo histórico e do marxismo-leninismo, Agustín Cueva desenvolve uma crítica contundente à ascensão dos chamados “pós-marxistas” e às diversas perspectivas teóricas em voga àquela época: o weberianismo, o eurocomunismo “gramsciano”, teóricos europeus como Poulantzas, Bettelheim, Balibar e Buci-Glucksman, entre outros. Nesta linha, Cueva propõe uma reformulação e resgate dos fundamentos elementares do marxismo, de forma a contribuir para o sempre adiado anseio de emancipação do nosso continente. Permanecendo uma obra contemporânea, A teoria marxista: categorias de base e problemas atuais, ao mesmo tempo em que é uma ótima porta de entrada para o socialismo científico, é também um rico desenvolvimento teórico do marxismo à luz de uma série de polêmicas da teoria revolucionária no último século – e uma obra imbuída, acima de tudo, do espírito de utilização criadora da dialética materialista.

Prefácio: Fernando Corrêa Prado

Tradução: Fernando Savella

Revisão: Giovana Aranda Silva

Capa e diagramação: Bruno Santana

Páginas: 264

“Para nós, latino-americanos, o mais grave disso tudo é que as ilusões democráticas vêm exercendo influência em certos meios intelectuais progressistas e inclusive em algumas organizações políticas de esquerda. O que se torna um paradoxo, para dizer o mínimo, em um momento em que o imperialismo aflora em seus aspectos mais belicistas e agressivos, sem sairmos da sua mira.

Tanto o Estado dos países ‘avançados’ quanto o das regiões subdesenvolvidas sofreram mutações importantes na fase imperialista e, mais aceleradamente ainda, nos últimos trinta anos; o domínio burguês se tornou mais sofisticado e complexo e suas formas de reprodução ideológica alcançaram um alto grau de ‘tecnificação’ antes desconhecido, ainda que só foi possível pelo enorme desenvolvimento de todas as mídias de massa controladas pelo imperialismo. Mas nem por isso o Estado capitalista deixou de ser o que é em essência, nem de se assentar em última instância no exercício da violência. De uma violência ‘racionalizada’, é claro, dosificada e atualizada em função de suas necessidades, interesses e possibilidades, porque nenhum Estado golpeia às cegas, exceto nos momentos de sua agonia final.

É inegável que nesse contexto a luta ideológica se torna mais indispensável do que nunca, mas sob a condição de que aponte para desmascarar o sistema, e não para lhe proporcionar óculos de proteção novos; e de que seja capaz de romper com o “senso comum” imposto pela dominação, em vez de se mover dentro dele num círculo vicioso.”